Vale a pena investir na poupança?

Nos últimos anos os mercados financeiros brasileiros traspassaram por muito caos. Em 2016, iniciou-se um processo de recessão dos juros que se esticou até o ano passado, quando a Selic chegou na sua mínima histórica de dois por cento ao ano em meio a medidas para amenizar o impacto econômico da pandemia. Vale a pena investir na poupança?

Um pouco depois os juros também começam a subir com a inflação e a flexibilização fiscal, elevando a Selic para 9,25 % anualmente até findarmos 2021. Mas de que maneira essas alterações afetam a lucratividade do investimento mais conhecido dos brasileiros?

A renda da poupança brasileira é determinada por uma determinação relacionada ao taxa Selic, a taxa básica de juros presente na economia brasileira.

A determinação é essa: quando a taxa Selic for menor ou análoga a 8,5 % anualmente, o retorno da poupança consistirá em setenta por cento da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR); quando a taxa Selic for superior a 8,5 % ao ano, o retorno é assinalado em 0,5 % mensalmente mais a TR.

Isso se deve à grande volatilidade das taxas Selic ao longo dos anos. A poupança ultrapassou a linha de 8,5 % duas vezes no ano. Essa alteração nos retornos da poupança fica muito evidente quando analisamos seu desenvolvimento histórico.

Variação da poupança e poder de compra

Como você pode ver o retorno sobre a poupança tem sido extremamente diversificado ao longo dos anos. Mas para concluir se vale a pena ou não investir, temos que comparar os retornos com a inflação. Você pode ter visualizado essa comparação diversas vezes em mídias sociais e websites de negócios e finanças, mas o que isso indica?

A inflação é a variação percentual no preço de uma variedade de produtos. Uma taxa de inflação anual de dez por cento indica que os consumidores terão que pagar dez por cento a mais para adquirir os mesmos bens que adquiriram no ano anterior.

Outra maneira de dizer exemplificar é que o poder de aquisição do nosso dinheiro caiu dez por cento em um ano.

Deste exemplo podemos fazer uma conta fácil para ver se o investimento vale a pena ou não. Se deixamos nosso dinheiro em uma aplicação com retorno inferior a dez por cento no mesmo tempo, teremos problemas: o investimento agrega menor valor ao nosso dinheiro do que a inflação retira.

Nesse exemplo, um investimento deve produzir um retorno de pelo menos dez por cento para preservar o poder de aquisição do dinheiro que possuímos.

Muitos ignoram os efeitos da inflação porque ocorre em segredo. Uma pessoa pode entrar em seu banco on-line ou website de corretagem e ver que suas aplicações estão rendendo, mas não observa que os preços na economia estão subindo mais fortemente.

Os economistas referem-se a “rendimento real” que é o retorno que o investimento nos dá após reduzir os efeitos da inflação.

Cada vez que o retorno real da poupança cai abaixo da linha da inflação, indica que a poupança perdeu em uma disputa contra a inflação. Como percebemos, períodos de ganhos reais negativos não são incomuns, especialmente nos últimos anos.

Opções de investimento além da poupança

Se temos pouco ou nenhum retorno na poupança para nos defender da inflação, como podemos aplicar o dinheiro que conseguimos economizar ao longo do mês? Alegremente, há muitas opções que podem recompensar os danos da inflação.

A principal alternativa é o Tesouro Nacional. Quando adquirimos títulos do Tesouro estamos dando nossos recursos ao Governo Federal, que o devolverá com juros, acrescido de um tipo de retificação posteriormente.

Os títulos do governo são tidos como investimentos sem ameaça: se um título nos prometer um retorno de dez por cento daqui a 5 anos, é justamente isso que ele retornará. Todavia, você deve aguardar durante esse período e não vender no meio do contrário você pode incorrer em perda na negociação.

O processo de investimento em títulos do Tesouro é levemente mais difícil do que a poupança. Mas esta não é uma tarefa impossível de ser feita.

Você precisa abrir uma conta com uma instituição que media a aquisição de títulos. Antes de fazer isso verifique se as corretoras cobram uma taxa pelos investimentos e se há cobrança de taxa de serviço?

Devido à concorrência entre as instituições, alguns eliminam essas taxas para puxar clientes, então os investidores que fazem suas pesquisas antes de abrir uma conta podem economizar muito!

Por que investir nos títulos do Tesouro?

Os títulos do Tesouro são atraentes porque podem nos defender da inflação. Particularmente há dois tipos de títulos que são muito interessantes para investidores de longo prazo: Tesouro Selic e Tesouro IPCA. A primeira entrega juros atrelados a taxa Selic, e a segunda pelo mais importante índice de inflação brasileiro, o IPCA.

Além disso, os dois pagam uma taxa de juros sobre esse rendimento, de modo que o dinheiro que investimos nesses títulos obtenha retornos reais no período.

Se você deseja iniciar uma poupança para a aposentadoria ou apenas empregar seus recursos por um tempo para que renda enquanto se apronta para a realização de um sonho, os títulos do Tesouro são uma escolha melhor se comparado com a poupança.